sábado, 17 de janeiro de 2015

Fuga sem saída

     Depois de ter desperdiçado meu tempo escondendo minhas palavras, voltei. Voltei sabendo que agora sou mais insuportável que antes, passei um bom tempo afogada nas minhas palavras e fiz de mim uma outra pessoa que eu realmente não fazia muita questão de conhecer.
    Após conhecer os piores buracos que essa cidade tem, e conhecer um milhão de pessoas superficialmente, praticamente me perdi nesse monte de contradição que virei. Continuo fingida e fugida, mas preciso admitir que se não escrevesse este texto hoje, com toda certeza acertaria alguém com meus punhos. Por mais que eu seja mestre em organizar porcarias em parágrafo cá estamos nós novamente.
     Confesso ter passado mais que um ano inteiro fora de orbita, ter me tornado três vezes mais desorganizada, e quatro vezes mais sem memória, ter jogado minhas meias coloridas quase que todas fora, ó Deus, me perdoe pelas meias queimadas.  Sem essa de levar ninguém a serio, ninguém merece tanto, na verdade, a vida não merece ser levada a serio.  Foi um ano de menos amarguras e menos amores não respondidos, um dia você cansa de procurar amores assim como cansa de pentear o cabelo, essas coisas que deixam a gente pra baixo sabe? Estimular-se por ninguém a não ser você mesmo. Como havia concluído na queima de fogos do fim/inicio do ano, foi um ano bem peculiar, e se essa palavra não existisse, não teria como descrevê-lo. Larguei a parede do meu quarto, e ignorei por varias vezes a sede de escrever para alguém.
     Quis por muito tempo mudar as asneiras que escrevo, e percebi que muito alem dessas asneiras tem eu, eu e eu de todas as formas em cada linha dessa, mesmo que você tente organizar palavras aleatórias em uma mensagem subliminar mal feita. Tem um pouco de mim falando em primeira e terceira pessoa, escrevendo em outro gênero, em outra língua, em outra fonte, eu !  o erro foi esperar uma resposta na minha caixa de correio sem nunca ter colocado um destinatário, afinal se despejar em palavras não é uma escolha muito fácil, essas pessoas não sabem o valor que aqui me tenho, e não sabem o valor da reciprocidade, e que sem isso qualquer esforço é totalmente nulo, claro, esse é meu ponto de vista.






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