domingo, 15 de setembro de 2013

Romantismo só depois do meio dia

     Ele me ligou as  5 da manha pra dizer que realmente me amava, que tinha acabado de assistir um filme meloso e teria se lembrado de mim. Porra, são cinco da manha, eu trabalhei o dia inteiro, e amanha ainda é sexta feira. Eu não disse nada por que estava bêbada de sono e não conseguia parar de pensar como é bom dormir mais de quatro horas por noite. Acho que o nosso amor acabou.
     Eu não precisava de um motivo pra terminar tudo porque o tudo já não existia mais, eu ando trabalhando e me cercando de gente nova, pensei que já tínhamos superado tudo que tinha pra ser esquecido, mas ai ele me liga a essa hora da madrugada, me fazendo perder o sono e cagando com o resto do meu dia. Já é novembro e não vejo meus amigos a quase um ano, lembrei de esquecê-los, lembrei que a vida tem mais de mim do que de qualquer um. Lembrei que meu amor de 17 anos já não é o mesmo de hoje com 22.
     A ligação durou exatamente doze minutos, In a darkened room tocou bem ao lado do meu travesseiro, e eu não conhecia o numero, atendi esperando que fosse uma emergência pra tirar o meu raro sono, era ele, assim, no meio da madrugada dizendo que ainda me amava e que queria meus chinelos na casa dele de novo, que não aguentava mais transar com essas gurias vazias do trabalho dele, afirmava com a plena certeza que eu sentia a sua falta. Ele me implorou alguma resposta, e eu afirmei, são cinco da manha, eu não sei quem sou nesse exato momento. Ele desligou na minha cara, e eu voltei a dormir.
     Fiquei vazia de amor e nem notei isso, não entendi  ate agora a gravidade das merdas que ando fazendo, mas porra, precisava ligar as 5 da manha ? Minha mãe me ligou semana passada dizendo que eu ando meio (ou por completo) sem paciência querendo saber o que aconteceu comigo depois que eu fui morar sozinha.”minha filha, você não esta mexendo com drogas né?” Sim mãe, é essa droga, essa droga de vida, essa droga de amor, essa droga de amigos, essa droga de família. Mesmo rezando todas as noites pedindo perdão e jurando não ser tão resmungona continuo reclamando e maldizendo os ventos que passam pelas ruas de Brasília. Ta osso!
     Nem tive a pachorra de ligar pra ele no horário do meu almoço pedindo perdão por eu ser tão estúpida e gananciosa, por ter destruído nossos sonhos e por ter enjoado do beijo dele, de não gostar de ter o cheiro dele nas minhas roupas. mas ele já sabia,  troco de emprego a cada 3 meses, enjoou da minha cara a cada semana, me embrulha o estomago programas repetidos, quanto tempo ele teria até eu enjoar da cara dele também, com essas ligações de madrugada e esses beijos com o  mesmo sabor sempre, nem pra chupar uma balinha diferente ou escovar os dentes com outro creme dental. Até aquela balinha de melancia me enjoou.
     Coisa por coisa foi ficando pra trás, me esqueci de dormir essa noite tomando todos esses cafés que eu odiava, escrevendo uma matéria que nem eu mesma sei sobre o que se trata. É uma péssima noite quando só se pode sentir a solidão das palavras (ponto final)

Nenhum comentário:

Postar um comentário