domingo, 7 de abril de 2013

Voltando a si.



Ando precisando de um tempo para mim, um longo tempo. Uma distância de tudo, de todos. Tempo para pensar e repensar, colocar tudo em ordem. É difícil, eu sei, mas tudo isso aqui não pode continuar bagunçado dessa maneira. Atitudes têm que mudar, sentimentos também. Poucas coisas permanecerão, muitas irão. Ao longe de tudo, máscaras irão cair, e verei o que é verdade e o que é fantasia. Preciso esvaziar-me, e com calma, repôr tudo no seu devido lugar, como deve ser.”
Paulo Braga

Se for stress ou tristeza eu não sei, mas já são 3 noites completas sem dormir. Falta algo, sinto falta daqueles que me deixaram, tem um vazio muito grande em algum lugar, não sei se é em meu quarto, ou se é em mim mesma. Me senti podre por ter me tornado um ser tão inútil por dentro e por fora, beijando caras desconhecidos sem a capacidade de cultivar um sentimento, encontrei por ai alguns bueiros e em vez de sair pela lateral da sala eu me jogue de cabeça. Eu que não me encontro mais em ninguém pensei em tentar uma coisa nova, mas só pensei, e fiquei com raiva por não tomar nenhuma atitude.
Depois de não dormir, pela manha, ouvi minha mãe espraguejar ao vento o quão inútil é a minha existência, escutei tudo como se não soubesse de nada quando na verdade estava mais ciente da minha podridão do que ela. 
Acho que ando esperando um milagre mesmo, esperando alguém aparecer pra me tornar feliz, mas na verdade isso nunca vai acontecer, porque ninguém pode te fazer mais feliz do que você mesmo, e eu sei disso na teoria, mas na pratica isso não anda dando muito certo. Eu conheço gente nova quase todos os dias, e eu fico igual uma babaca tentando encontrar nessas pessoas vazias aquilo que nem eu mesma sei. Acho que eu esqueci quem eu sou, esqueci meus sonhos guardados na caixinha que eu enterrei em algum lugar por ai, nem fiz um mapa pra tentar encontrar, desisti deles fácil demais. Me apaguei quando  decidi que os pedaços da minha verdadeira alma  ficassem jogados pelo chão do meu quarto.
Noite passada eu só queria dançar e dançar e rodopiar em algum lugar em que as notas musicais soassem de um jeito que fizessem meu coração pular. Não encontrei nada disso, nem alguém que pegasse na minha cintura e me levasse para recolher meus pedaços no chão do meu quarto, que me levasse pra cama e me fizesse esquecer o quão cinza é essa porcaria de mundo La fora. Mas eu não quero mentiras sussurradas, quero verdades tatuadas, um cara colorido por dentro, que me faça sentir viva e me dê algum motivo para dormir em paz, e acordar feliz por me olhar no espelho e sentir que o mundo ainda vale a pena ser vivido e explorado, que ainda valha a pena encontrar minha caixa de sonhos e tentar respira-los a cada dia, enfiar na minha cabeça que o passado esta mais do que morto, e parar de me encantar por sorrisos que nunca vão me pertencer.
Eu me rogo, quero voltar a pintar as paredes de todo mundo de azul, voltar a ser quem eu sempre tive orgulho de ser. Alguém que eu deixei enterrada na areia do meu paraíso. Mas ei, em julho juro que eu vou me reencontrar de novo, preciso sair dessa cidade porcaria com esquinas sujas de gente sem brilho, voltar aquele lugar e me amar de novo. 

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