“Ando precisando de um tempo para mim, um longo tempo. Uma distância de
tudo, de todos. Tempo para pensar e repensar, colocar tudo em ordem. É difícil,
eu sei, mas tudo isso aqui não pode continuar bagunçado dessa maneira. Atitudes
têm que mudar, sentimentos também. Poucas coisas permanecerão, muitas irão. Ao
longe de tudo, máscaras irão cair, e verei o que é verdade e o que é fantasia.
Preciso esvaziar-me, e com calma, repôr tudo no seu devido lugar, como deve
ser.”
Paulo Braga
Se for stress ou tristeza eu não sei, mas já são 3 noites
completas sem dormir. Falta algo, sinto falta daqueles que me deixaram, tem um
vazio muito grande em algum lugar, não sei se é em meu quarto, ou se é em mim
mesma. Me senti podre por ter me tornado um ser tão inútil por dentro e por
fora, beijando caras desconhecidos sem a capacidade de cultivar um sentimento,
encontrei por ai alguns bueiros e em vez de sair pela lateral da sala eu me
jogue de cabeça. Eu que não me encontro mais em ninguém pensei em tentar uma
coisa nova, mas só pensei, e fiquei com raiva por não tomar nenhuma atitude.
Depois de não dormir, pela manha, ouvi minha mãe espraguejar
ao vento o quão inútil é a minha existência, escutei tudo como se não soubesse
de nada quando na verdade estava mais ciente da minha podridão do que ela.
Acho que ando esperando um milagre mesmo, esperando alguém
aparecer pra me tornar feliz, mas na verdade isso nunca vai acontecer, porque
ninguém pode te fazer mais feliz do que você mesmo, e eu sei disso na teoria,
mas na pratica isso não anda dando muito certo. Eu conheço gente nova quase
todos os dias, e eu fico igual uma babaca tentando encontrar nessas pessoas
vazias aquilo que nem eu mesma sei. Acho que eu esqueci quem eu sou, esqueci
meus sonhos guardados na caixinha que eu enterrei em algum lugar por ai, nem
fiz um mapa pra tentar encontrar, desisti deles fácil demais. Me apaguei
quando decidi que os pedaços da minha
verdadeira alma ficassem jogados pelo
chão do meu quarto.
Noite passada eu só queria dançar e dançar e rodopiar em
algum lugar em que as notas musicais soassem de um jeito que fizessem meu
coração pular. Não encontrei nada disso, nem alguém que pegasse na minha
cintura e me levasse para recolher meus pedaços no chão do meu quarto, que me
levasse pra cama e me fizesse esquecer o quão cinza é essa porcaria de mundo La
fora. Mas eu não quero mentiras sussurradas, quero verdades tatuadas, um cara
colorido por dentro, que me faça sentir viva e me dê algum motivo para dormir
em paz, e acordar feliz por me olhar no espelho e sentir que o mundo ainda vale
a pena ser vivido e explorado, que ainda valha a pena encontrar minha caixa de
sonhos e tentar respira-los a cada dia, enfiar na minha cabeça que o passado
esta mais do que morto, e parar de me encantar por sorrisos que nunca vão me
pertencer.
Eu me rogo, quero voltar a pintar as paredes de todo mundo
de azul, voltar a ser quem eu sempre tive orgulho de ser. Alguém que eu deixei
enterrada na areia do meu paraíso. Mas ei, em julho juro que eu vou me
reencontrar de novo, preciso sair dessa cidade porcaria com esquinas sujas de
gente sem brilho, voltar aquele lugar e me amar de novo.
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